Toda relação de sucesso baseia-se em uma trinca de requisitos: cumplicidade, reciprocidade e confiança.
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Ele estava apaixonado. Sem dúvidas. Faria tudo por ela. Quando um homem é pisado pela primeira vez e se sujeita ao segundo pisão, é porque, de fato, sente algo forte. Não é fácil pra um homem engolir seu orgulho e explicitar isso a uma representante do sexo oposto.
Talvez o motivo pudesse ser a obsessão, pois um homem obcecado é capaz de quase tudo.
Eu o entendo... Não há como não sentir vontade obsessiva, esmagadora e excruciante quando uma mulher te joga charme de forma furtiva. Nenhum homem resiste. Mulher com esse quê de mistério excita. Por isso que mulher excessivamente fácil perde a graça rapidamente - a não ser que ela tenha muita graça estocada.
- Tinha certeza que você sentia algo por mim... Não consigo entender, por que não? – Indagou ele, perplexo.
- Ah... Não sei o que dizer, não esperava isso de você. Mas acho que não é a hora... – Desconversou ela, com a malícia esbanjando em seus lábios carmesins.
- Tudo bem, minha imaginação fértil deve ter me traído... Desculpe-me. Devo estar mais vermelho que seu vestido.
Ela deu-lhe as costas, não excluindo a possibilidade de algo acontecer em um futuro próximo, deixando uma pontinha de esperança. O que, para ele, foi uma tortura inexpressável. Sua vontade era desencadear seus instintos mais ancestrais e agarrá-la, à força, arrastando-a pelos cabelos até sua caverna. Ou no caso, até seu carro.
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Depois disso, ele nutriu um sentimento que ficava entre raiva e desejo, se é que isso é possível. Prometeu a si mesmo demover-se da idéia de conquistar aquela morena esplendorosa. Só que ninguém consegue desistir assim de uma morena dessas.
No convívio diário ela agia como se nada tivesse acontecido. Tornava a se insinuar, demonstrando interesse e angariando reciprocidade. Obviamente, ele cedeu aos seus juramentos. Encontrou-se com ela, externou seu desejo e dessa vez ela disfarçou o olhar, sorrindo, cheia de manha, e permitiu ser beijada. E que beijo! Desavergonhado, intenso, com mãos móveis e displicentes.
Era o que ambos queriam. Só que cada um demonstrava isso à sua guisa. Então passado algum tempo, eles queriam repetir a cena - com alguns "adicionais", é verdade. No entanto, ela estava meio arrogante, querendo que ele corresse atrás dela a todo instante. No início ele até o faria, pelo ímpeto irrefreável de descobrir... Mas agora a situação mudou. Pois sempre existem outras possibilidades.
Ela abandonou sua vaidade e passou a procurá-lo de forma mais direta e consistente. Ele adorou, estava a fim, mas não tanto quanto antes... Um amigo, a par da situação e abismado pela maneira desinteressada que ele passou a adotar em relação à morena, perguntou a razão deste novo panorama e até concordou com o que seu amigo filosofou...
- Cara, a perda de interesse em determinada coisa passa, necessariamente, pelo surgimento de interesse em algo novo. E, além do mais, ter preferência não é o mesmo que ter exclusividade.
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