quinta-feira, 10 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
Os valores de um vencedor
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Muito além do rótulo
O cenário atual aponta para uma realidade de mentira e faz de conta: Somos o que parecemos ser. Na maioria dos casos é assim que as pessoas te tratarão, sem curiosidade nem interesse por conhecer algo além da sua aparência.
Quiçá esta “ideologia” não seja tão recente... O homem é naturalmente afeito à precipitação. Assim como se auto-impõe mensurar todas as coisas, precisa julgar tudo que ousar cruzar seu caminho. No entanto, procede de maneira insossa, sem profundidade e, por conseqüência, injusta.
Por mais que este método de avaliar seja uma idiossincrasia inerente ao homem, tal processo se acentua pelo jeito que são conduzidas as relações atualmente, baseadas e alicerçadas em distanciamento e imprecisão.
Se você for sério haverá quem te chame de arrogante; Se for descontraído, será taxado como sardônico ou debochado; Se for apreciador dos bons costumes e educado, o rotularão como certinho e, por conseguinte, como sisudo, incapaz de se divertir; Se for boa praça, simpático e pândego, lhe chamarão de interesseiro. Ou seja, não há escapatória. É um legítimo beco sem saída.
E, pior: um “bom rótulo” é facilmente perdível, já em contrapartida, um rótulo indesejável pode ser interpretado como conteúdo uma vida inteira. Algumas avaliações, perante a aceitação geral, tornam-se definitivas. Mesmo que na realidade – pasmem – nem existam de verdade, não passando de meras impressões. Imprecisas impressões, como sempre. Aliás, você é uma coisa e fim de papo, se age de determinada forma movido por circunstâncias, você é o que fez de forma isolada, o conjunto que lhe erige não é preponderante.
Se você fizer, será rotulado. Se não fizer, igualmente será. Melhor ficar com a ação do que entregar-se ao mundo inoperante da omissão. O que muda é apenas o teor da avaliação. Cabe escolher, malandramente, a menos nociva. Quanto aos rótulos, rasgue-os e jogue-os fora, não apenas aqueles lhe impuseram, mas também aqueles que você empregou. Chega de superficialidade!
domingo, 18 de setembro de 2011
Multifuncionalidade
Já se foi o tempo em que se podia ser muito bom aqui e medíocre ali. Há um emparelhamento geral. Todos sabem um pouco sobre tudo; ao invés de tudo – ou quase tudo – sobre pouco. O conhecimento moderno atravessa um processo no qual é transformado em um conchavo de superficialidade.
Tal mudança do conceito de “conhecimento” perpetrou-se pela difusão da tecnologia, com o acesso generalizado à internet. Não se lê um livro inteiro sobre Filosofia, lê-se manchetes e resumos sobre tudo. Os jovens serão, cada vez mais, adultos nivelados no futuro. Os vestibulares, por exemplo, exigem que o estudante seja multifuncional, com aptidão em Física, Matemática, Português e História. Não há distinção ou diferença de juízo àqueles que são afeitos às ciências humanas ou às ciências exatas, é preciso saber um pouco em ambas, o que impossibilita maior profundidade em uma área específica. Evidentemente que o curso superior se encarregará de tal encaminhamento. No entanto, o método de seleção me parece obsoleto.
Dir-me-á outro que as coisas estão entrelaçadas... as “matérias” da vida se completam e se unem no desenrolar da vida, imperceptivelmente. Concordo. Só que estas “coisas” se me apresentam rasas
O cenário não poderia ser outro... Um mar de iguais.
Uma ressalva: existem, sim, exceções. Aqueles que são regulares no que não gostam e, ainda assim, conseguem ser mestres na área que apreciam. A estes, os meus aplausos.
Substituiu-se o pensamento de que “não adianta ser bom em várias atividades se não for o melhor em pelo menos uma delas”, para “o que importa é ser regular em tudo”.
Pode ser exagero, provavelmente é. Mas... Preciso desabafar: Não consigo concentrar-me nas contas de matemática com uma montanha de livros literários me chamando até eles, sussurrando em meus ouvidos que eu devo me dedicar ao que eu gosto, e ao que sou afeito... Logo depois, percebo que vaidade seria ter a pretensão de fazer apenas o que aprecio.
O segredo, portanto, é ser malandro. Não deixar-se levar pelo “sistema vigente”, mas mesmo assim, não se isolar totalmente dele. Pois o que é aceito pela maioria tem o hábito de excluir o que é destoante.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Amigo exibido
Exibidos são carentes. Mostrar-se de forma ostensiva significa sede por reconhecimento; por atenção. Toda pessoa tem um amigo assim... Ou pelo menos conhece alguém que se encaixa neste perfil.
Um exibido jamais guarda segredo sobre qualquer feito que tenha praticado (se este for positivo, é claro); Um exibido faz o bem sempre visando, obviamente, à recompensa; Um exibido fala antes e faz depois; Finge ter coisas as quais não possui; Procura estar no grupo de maior exposição social; É metido; Compra algo que não gosta, mas que é aclamado pela maioria; Faz o que a massa apóia, e, principalmente: Um exibido é cego e viciado pelo seu exibicionismo. Ou seja, dificilmente conseguirá se desviar da vitrine à qual se expõe.
Trocando em miúdos, um ser como o supradescrito jamais vingará. Talvez até alcance o “sucesso” temporário que anseia, mas o êxito realmente relevante está muito distante de ser apenas temporário... O mérito verdadeiro é aquele que apresenta continuidade.
Pois bem, manchetes e notícias recentes me apontam para a inevitável analogia: nosso grande e exuberante país é como um amigo exibido. Talvez este seja um dos nossos maiores problemas. O Brasil angaria cadeiras nos Conselhos da ONU, empresta dinheiro ao FMI (sim, empresta!), enquanto milhares de seus filhos têm acesso a serviços públicos deficientes e muito aquém da grandiosa reputação que fingimos ter lá fora. Ah, é claro: O Brasil ainda será anfitrião da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Afinal, pra que escolas e hospitais qualificados se nossos estádios estarão dentro do padrão da FIFA?
Tem coisas que fogem da minha capacidade de entendimento, realmente. Quanta coisa sem lógica a gente encontra por aí... Mas uma coisa é certa, e retorno a primeira frase do texto: Exibidos tem carências. Muitas carências! E - não compreendo – fingir a inexistência de algo ruim ostentando imaginativamente o contrário, altera alguma coisa?
domingo, 31 de julho de 2011
João Arthur
João Arthur era um bom rapaz. Talvez um pouco desalinhado; afoito. Norteava suas ações através de seus ímpetos e tinha profunda ojeriza em conter impulsos e refrear instintos. Era chamado de sincero por uns, e de impulsivo por outros.
Não é possível discernir ou julgar quem possuía a crítica correta a respeito do João Arthur. Pois tudo varia em consonância com a situação, e mais do que isso: tudo depende do ponto de vista.
O principal: João Arthur tinha problemas. Muitos problemas. Aliás, quem não os tem? O fato é que com ele era – digamos – diferente. O fator primordial era a sua ânsia por realizar tudo o que, fertilmente, sua imaginação produzia. Se ele considerasse uma mulher bonita, instantaneamente interpelava-a, alvejando-a com adjetivos e descortinando suas intenções. Era um estardalhaço... Se alguém lhe ofendia, no mesmo momento esse ultrajante estaria sujeito a receber um pontapé ou um murro do lado do ouvido. E ainda: Se ele quisesse algum objeto que não tivesse dinheiro para comprar, roubar-lhe-ia se necessário fosse. Assim ele procedia. Precisava saciar suas veleidades, e a única maneira que encontrava para isso, era trazê-las à tona. Necessitava satisfazer seus desejos e cogitações.
Era um empreendedor nato esse João Arthur, porém um tanto exagerado e inoportuno.
Obviamente, ele acostumou-se a quebrar a cara. Agia mais do que pensava. No entanto, jamais se sentiu sufocado por incertezas, sempre pôs tudo à prova e à execução. Ele, realmente, prefere arrepender-se do que fez, não do que deixou de fazer – apesar de raramente se arrepender.
Só que, de tantos tombos, João Arthur foi “amadurecendo” sua personalidade, contornando-a e moldando-a de acordo com os padrões sociais, os quais advertem implicitamente que o bem sucedido não possibilita todas as cogitações, mas cogita todas as possibilidades. Talvez seja esse o segredo para se encaixar de forma harmônica e inteligente no meio em que se vive.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Perda de interesse
Toda relação de sucesso baseia-se em uma trinca de requisitos: cumplicidade, reciprocidade e confiança.
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Ele estava apaixonado. Sem dúvidas. Faria tudo por ela. Quando um homem é pisado pela primeira vez e se sujeita ao segundo pisão, é porque, de fato, sente algo forte. Não é fácil pra um homem engolir seu orgulho e explicitar isso a uma representante do sexo oposto.
Talvez o motivo pudesse ser a obsessão, pois um homem obcecado é capaz de quase tudo.
Eu o entendo... Não há como não sentir vontade obsessiva, esmagadora e excruciante quando uma mulher te joga charme de forma furtiva. Nenhum homem resiste. Mulher com esse quê de mistério excita. Por isso que mulher excessivamente fácil perde a graça rapidamente - a não ser que ela tenha muita graça estocada.
- Ah... Não sei o que dizer, não esperava isso de você. Mas acho que não é a hora... – Desconversou ela, com a malícia esbanjando em seus lábios carmesins.
- Tudo bem, minha imaginação fértil deve ter me traído... Desculpe-me. Devo estar mais vermelho que seu vestido.
Ela deu-lhe as costas, não excluindo a possibilidade de algo acontecer em um futuro próximo, deixando uma pontinha de esperança. O que, para ele, foi uma tortura inexpressável. Sua vontade era desencadear seus instintos mais ancestrais e agarrá-la, à força, arrastando-a pelos cabelos até sua caverna. Ou no caso, até seu carro.
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