quinta-feira, 10 de maio de 2012
O contexto é
importante; a análise do ambiente é fundamental para uma boa adaptação. É
necessário procurar pontos em comum para fomentar afinidades e simpatias, sob
pena de exclusão. Eis o cenário vigente. No entanto, pela primeira vez em muito
tempo, os incluídos é que são os merecedores de pena, devido à sua devota
alienação, que lhes cobre a identidade e chega-lhes a visão.
Divago,
sobretudo, a respeito dos jovens dos dias atuais. Sou um, a propósito. Estou
inserido neste meio e por isso discurso com tamanha propriedade. Acontece que
os meus companheiros de faixa etária não querem mais saber de ler um livro por
inteiro. Que tamanha ousadia aventar tal possibilidade! Ora, 144 caracteres é o
limite. Bons costumes e modos são para ocasiões episódicas e a filosofia de
vida “ousada e alegre” – como descrevem o comportamento ideal – é para a
integralidade do convívio. Música boa é música que impele a descer até o chão. “Amor”
e compromisso? Que nada, a onda do momento é pregar o desapego e as relações
promíscuas sem nenhum nível de responsabilidade. Eles querem se sentirem livres
e soltos para desbravar o mundo, numa época em que nada tem, afinal, raízes.
Saudoso tempo
aquele em que ideias e ideais germinavam com maior frequência, e eram não só
levados a sério, mas também defendidos com “unhas e dentes”, pois só há
persistência se houver convicção. No entanto, tocamos num ponto-chave: por que
buscar por algo tão arcaico como continuidade? Pois é, isso implicaria em
dedicação e esforço, valores insólitos demais para serem utilizados com
assiduidade.
Este é o período
em que, cada vez menos, suscitarão gênios e líderes com ideias inovadoras. Mas,
os que aparecerão, terão maior destaque, dada à escassez. Pois os jovens não
estão preocupados em se diferenciar, é exatamente o oposto: buscam a todo custo
o emparelhamento, mesmo sem perceber... Embora a ideia original seja tornar-se
diferente. E o primeiro passo para ser igual é a vontade sedenta de ser
diferente. O diferenciado, de fato, não faz força para ser assim, ele é apenas
espontâneo e sincero. Os jovens de hoje precisam andar com roupas caras para
sentirem-se incluídos; precisam proclamar amor ao que todos apreciam sem
crítica suficiente para – vejam só que absurdo – serem eles mesmos!
Há exceções,
sim, elas sempre existem! Há os jovens que se aperfeiçoam diariamente, que
priorizam o conteúdo à embalagem e que leem um livro esporadicamente ao invés
de assistirem programas inócuos de televisão. Constituem minoria, mas ainda
vicejam. Entretanto, quando realismo confunde-se com pessimismo é sinal de que
as coisas não vão tão bem. Espero que acordemos logo, meus colegas de faixa
etária, para que sejamos já, a estampa promissora do belo futuro que podemos
alcançar!
domingo, 6 de maio de 2012
Os valores de um vencedor
Muitos são os
valores que compõe um vencedor. Há quem diga que um campeão é predestinado; já nasce marcado para superar as adversidades e atingir suas metas. Outros
acreditam, principalmente, na preponderância da dedicação para a construção de
resultados – a despeito de predisposições inatas.
Através de
muitos exemplos que tive a chance de observar, sempre acreditei com mais
intensidade na segunda teoria. Evidentemente há os avantajados antes mesmo de
adentrar neste mundo de fato, que contam com vantagens ainda no útero da mãe.
As condições não são análogas a todos. Há o menino pobre da favela e há o
“filhinho de papai” provido de muito conforto. Qual deles obterá mais sucesso
em sua jornada?
O ambiente
onde se vive, é, claramente, determinante. No entanto, esse entendimento
comprova-se, exatamente, pelo surgimento de exceções – capazes, inclusive, de
superar a regra. O menino sem as melhores condições, por vezes, é aquele que
obtém maior êxito quando adulto, enquanto o menino promissor devido à sua
ascendência opulente, não comprova a teoria na prática. Exemplos desta ordem
pululam a todo redor.
O que se torna
claro, portanto, é que muito pouco está definido ou “destinado” na hora da
nascença – por mais indicativos de sucesso ou fracasso que existam. A vida
tratará, geralmente, de desmentir todos eles, ou comprová-los, com boas surpresas.
Que cessem,
então, as frequentes reclamações dos descontentes que pipocam aos quatro
cantos. Quão comum é a prática de despojar-se da responsabilidade, atirar a
culpa longe – muitas vezes nos ombros de outrem ou no poder divino. Sei e
entendo que nossa vida, em algumas ocasiões, parece não ter todo o sentido que
deveria ou, também, toda justiça que gostaríamos. No entanto, reclamar de
braços cruzados é atestar inoperância, letargia e pequenez. Não se aborreça por
temporários fracassos. Não permita que o sucesso vizinho te desmotive de lutar
e motive a praguejar. Que ele suscite o contrário!
Aliás, na verdade,
o sucesso alheio não nos deve impelir a nada, não serve nem como espelho, nem para padrão.
Erigimos, com requintes únicos e particularidades que só nós conhecemos, o
nosso caminho. Decidimos, NÓS, se ele será loureado de vitórias ou estigmatizado
por dissabores.
Êxito na vida pertence aos proativos. Aos que não
usam como desculpa as condições desfavoráveis; aos que baixam a cabeça apenas
para situar melhor o passo; aos que pregam os bons valores a despeito das
circunstâncias; aos que costumam agradecer mais pelo que tem a reclamar pelo
que não tem; aos que fazem por merecer, e não apenas esperam merecer; aos que
trabalham duro em cada manhã; e aos que principalmente, tem inconformidade com
os resultados desfavoráveis sem se desesperar, sem transformar um erro com
potencial de ser agregador, em um ponto crucial para o fim.
"Boas
condições herdadas" podem ajudar na formação de um campeão. Mas dedicação,
empenho, inteligência, disciplina, espírito vitorioso, e, sobretudo persistência,
certamente é o conjunto que constrói o legítimo vencedor, independente do
âmbito. Nada é capaz de refrear a força de um sonho, desde que ele seja
insistentemente sonhado e perseguido.