Dez Em Um
O homem brasileiro é oriundo de uma vasta miscigenação de raças, erigindo um dos povos – ouso afirmar – de maior variabilidade cultural do mundo. Isto está estampado de forma ostensiva na gente daqui. Ivete Sangalo expressa muito bem esta realidade: “Tem gente de toda cor; tem raça de toda fé; guitarras de rock and roll; batuques de Candomblé.”
A primeira raça agregadora à cultura brasileira evidentemente foi a indígena, o povo que aqui habitava quando chegaram os déspotas ibéricos. Estima-se que eram aproximadamente 6 milhões em solo tupiniquim, atualmente são 300 mil. Eis uma indagação que me abisma: Como o homem pode ser tão pequeno a ponto de quase extinguir seus semelhantes? Os “selvagens” indígenas contribuíram com sua cultura diferenciada na construção do homem brasileiro. Legado, este, não compreendido por aquele que só consegue reconhecer o que engloba a si mesmo, e com muito garbo intitula-se civilizado. Quando me ponho a refletir sobre este assunto, imediatamente percebo quanto conhecimento nos foi sonegado. Como era a Idade Média no Brasil? Quem eram os heróis do povo que aqui vivia? Como era a organização social, política e econômica? Para todas essas perguntas, recebo em troca respostas vagas, lacunosas... incapazes de explicar com profundidade e exatidão minhas curiosidades.
A segunda raça formadora a chegar aqui – depois dos ibéricos – foi o negro. Sofreram uma migração involuntária, chegaram aqui como moeda não-metálica e eram escravizados, assim como nativos. Trouxeram consigo o Candomblé e sua cultura.
Vieram posteriormente vários outros imigrantes europeus e asiáticos. Os italianos e alemães principalmente, contribuíram na industrialização, ora na transformação dos antigos núcleos em cidades, ora com sua presença em atividades urbanas de comércio ou de serviços. Especialmente
Os nipônicos trouxeram a soja, bem como a cultura e o uso de legumes e verduras.
Os franceses influíram nas artes, literatura, educação e nos costumes sócias.
Nota-se, então, uma opulência nas diferenças no povo brasileiro. Eis a beleza e o fato que dá graça à vida: as diferenças. São elas que dinamizam e fazem as nossas experiências valerem a pena. Por mais que elas sejam mal interpretadas e não aproveitadas ao máximo, constituem o nosso diferencial. Nós, brasileiros, somos vários em um só. Somos o que há de melhor. É preciso acreditar nessa verdade, desenvolvê-la e, acima de tudo, pô-la em prática.
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