domingo, 21 de novembro de 2010

A Gente Tenta De Novo

Os tempos são outros. A impressão é que estive vivendo em um transe, no entanto completamente lúcido e consciente, e de repente, boom! Eu acordo com barba na cara. É... o tempo passa, e isso não é apenas um chavão estereotipado que frequentemente ouvimos. Trata-se da maior lei da vida: a mortalidade.

Quando acordo a perspectiva é radicalmente distinta. Olhar programas infantis não me parece mais agregador, por mais que me possa parecer ligeiramente lúdico. As pessoas fazem o mundo correr, constroem uma azáfama irresistível (ou inapelável). Não há possibilidade de objeção, a correnteza simplesmente empurra. Assim que funciona.

Pois bem, no meio da adolescência as mudanças começam a serem olhadas com outros olhos. De apenas percebidas passam a ser assimiladas. (Embora isso seja subjetivo, algumas pessoas assimilam-nas apenas depois de décadas).

A palavra maturidade transforma-se em ponto chave. É isso que é exigido. O ensino médio é mais frio, as relações mais distantes e a necessidade de arranjar um emprego torna-se latejante à maioria.

Tudo na vida possui dualidade, os caras inteligentes olham os dois lados da moeda. Talvez o teu maior defeito seja tua principal qualidade. A minha famigerada inconstância é a responsável pelos meus maiores feitos. Exemplificando, é assim como a demasiada inquietação do meu pai. O cara é elétrico, topa qualquer parada, resolve qualquer litígio, um legítimo pau-para-toda-obra. O seu Lauro é meio lacônico às vezes, em contrapartida, é extremamente persistente.

Sempre fui perfeccionista, o lado bom disso é uma obviedade, o ruim é que eventualmente aparece o medo de errar, de não ser o melhor possível. Só que chega um ponto em que arriscar se torna inadiável para a obtenção de um progresso de verdade. E se você falhar e não morrer, isso não foi um erro, e sim uma segunda chance.

Eu estava com o dom de observar (e perceber) aguçados. Pois bem, enquanto devaneava sobre como iria enfrentar essa fase de mudança, afirmação, e busca pelo primeiro emprego, uma insegurança receosa eclodiu em mim. Resolvi saber o que o senhor incansável acharia a respeito. Chamei-o de Bombril e perguntei como ele sabia fazer tanta coisa, ele disse que determinação é o mais importante. Contemporizei: Mas e se não der certo, pai?

- Aí a gente tenta de novo.

Essas simples palavras abriram uma perspectiva inovadora, ousada e destemida em mim. É tão verdade que até fiz esse texto para te mostrar que teu maior exemplo pode estar ao teu lado, dentro da tua casa. Procurar no exterior é uma mania comum, e sendo comum, geralmente é oca. Fica a dica.

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