Mulheres
Estamos, de fato, no período histórico da confirmação das mudanças. Tudo o que antecedeu este século irrequieto serviu como uma ponte construtora. Dá sustentação. Todos os processos alcançaram maturação necessária para, neste primor tecnológico e inovador, vir à tona. Ganhar corpo e forma. O progresso é incessante, vai obsoletando tudo por onde põe seus pés, com um poder inapelável.
No lado positivo da moeda desta revolução de ideologias, posso citar a queda de preconceitos de raízes profundas, firmadas historicamente. Atualmente há a meritocracia. Se alguém tocasse nessa palavra como metodologia de vida há algum tempo, seria decapitado em praça pública. Realmente o homem é um ser evolutivo. Evoluir é uma capacidade inerente e “ativável”, por qualquer um. Seria formidável se todos os espécimes acreditassem nessa verdade. Ou não... Talvez nem todos possuam este altivo, mas propulsor mérito.
As mulheres vivem o século dos sonhos. Emanciparam-se. Libertaram-se das rédeas férreas do preconceito e da suposta inferioridade aos homens em vários âmbitos. A mulher do século XXI despoja-se de todo empecilho, vira o rosto para o que não lhes agrada e franze o cenho perante as atividades domésticas. Elas estão se descobrindo, rejeitando qualquer rótulo de fragilidade. Alcançam todos os campos profissionais. Utilizam sua sensibilidade e seu senso de organização superiores, sobrepujando os garbosos marmanjões, acomodados em seu leito, com o vencido título de superioridade por sobre os olhos, tapando-lhes a visão. Geralmente é assim: a pusilânimismo deixa pra trás, faz comer poeira.
Eu estou com um desconforto. Olho à minha volta e vejo o contraste do relapso dos meus colegas com o esforço e dedicação das meninas; o atual governo do estado é feminino; a Dilma estraçalhou o Serra, que teve muitos votos “roubados” pela Marina no primeiro turno. Tem mulher advogando, jogando futebol, fazendo as compras do final de semana, pagando o jantar e delegando. Sim, delegando. Os dois cargos de delegado vagos na Delegacia de Polícia e na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, ambas de Camaquã, são ocupados pela magia e beleza do sexo feminino. Aliás, elas tem a aptidão de perpassar essas características marcantes ao recinto por onde passam... como flores primaveris exalando seu perfume. Já fui alvo de piadinhas infames no trabalho, por uma mulher. Antes elas eram mais comedidas nesse aspecto. Foi algo do tipo: “A presidente é mulher, a governadora ainda é uma mulher, duas delegadas... e ainda tem mais a tua namorada. Nós estamos tomando conta heim...”
O incômodo que senti não deve-se a um preconceito latente, é por ser novidade... uma novidade revolucionária. Vai causando estranheza aos olhos dos mal-acostumados e simultaneamente descortina um novo horizonte, mais justo por sinal. Todo homem de verdade reconhece o valor de uma mulher, porque pra ser este tipo de homem, precisa ter sentido o calor dos lábios femininos, quentes e luminosos como os raios do sol, passando brilho e vida a tudo que atingem.
Depois desta percepção realística, constatei a veracidade de um mantra popular: A justiça tarda mas não falha. Desfrutem de seus méritos, queridas mulheres. Vocês merecem. Mas não sejam tão cruéis conosco, mesmo com sua pujança elevada, nós sabemos que vocês não sabem viver sem nós.
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